segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

0 Inocência


Andava pelo parque e vi na minha frente uma menina.
Ela era tão linda, mas de aparência tênue. E olhava para aquela pequena e não chamativa menina via seu delicado rosto e cabelos longos.
Reprimi o impulso de ir até ela e lhe abraçar, lhe tocar. Ver se era de verdade.
Eu olhava pra ela, nossos olhares em foco. Os seus escuros olhos me atraiam feito um imã, ou uma droga feita pra mim. Especialmente pra mim.
Meu deus eu repetia no pensamento não posso ir até ela.
Oque achariam? Um homem de 24 anos que viu uma menina e que seus olhos se prenderam aos dela e ele sente uma imensa vontade de proteger a tênue menina. Sente vontade de abraça-la, toca-la, senti-la. Não de modo sujo, é claro.
Achariam que eu sou mais um nojento.
Não conseguia ficar tanto tempo pensando nessas coisas ruins, o rosto daquela menina me trazia inocência. Uma inocência inevitável.
E então a menina parada me fitando ainda se virou a escutar:
Carolina!
Ela olhou pra mim, como se não quisesse dizer adeus, correu até mim, abraçando-me. Fiquei sem reação por alguns breves segundos, mas logo percebi que a menina esperava eu retribuir. Então a abracei, e senti que se apertasse mais um pouco quebraria seus ossos.
– Carolina!
Berrou a mulher furiosa, vindo à nossa direção. Então a linda menina arregalou os olhos e eu sorri, tentando acalma-la. E ela sorriu e por um segundo o sorriso dela me fez perder deliberadamente a cabeça, fazendo-me viajar.
– Tchau.
Uma doce e roca voz sussurrou, e correu para a moça.
– Adeus.
Eu sussurrei já sozinho na passarela do parque.

L.O. Pereira

(Algum dia,talvez, tenha continuação.)

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